A scoping review recentemente publicada na revista “Sexual & Reproductive HealthCare” da editora “Elsevier”, teve como objetivo determinar as políticas de cuidados pré-natais disponíveis para grávidas de baixo risco em países de alto rendimento com Serviço Nacional de Saúde.
No estudo intitulado “Antenatal care policy in high-income countries with a universal health system: A scoping review”, de coautoria de Ana Paula Prata, foram identificadas e analisados os resultados relativos a 10 países com políticas próprias de cuidados pré-natais, a saber: Austrália, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Itália, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia e os Estados Unidos da América.
De facto, a disponibilidade, a eficácia e o acesso, a cuidados pré-natais estão diretamente relacionados com os bons resultados maternos e neonatais, tornando-os determinantes na saúde. Contudo, destacam as autoras que, para os cuidados serem efetivos, estes devem ser apropriados, não insuficientes, mas, também, não excessivos. Assim, os resultados perinatais apresentam grande variabilidade nacional e, até, regional, levantando questões sobre as práticas dos profissionais de saúde, o melhor uso de evidências em decisões clínicas e da existência (ou não) de orientações claras e atualizadas.
Este artigo permitiu perceber que algumas das políticas aplicadas nos diferentes países encontravam-se, de facto, desatualizadas, tendo mais de dez anos, e outras não apresentavam justificação ou contexto para a sua aplicação. Realce-se, ainda, que, as orientações e normativas seguidas por estes serviços nacionais de saúde, apresentaram-se ubíquas. O estudo permitiu, ainda, perceber que diferentes países utilizam diferentes orientações para a prática clínica perante a mesma condição de saúde. Foi, também, encontrada uma variação relevante nos métodos e estratégias usados para suportar as recomendações fornecidas.
O estudo concluiu ser necessário produzir novo conhecimento, cruzando os diferentes resultados perinatais e a evolução dos custos associados, podendo essa evidência ser valiosa tanto para otimizar as orientações nos cuidados pré-natais, como para contribuir para a atualização das recomendações.
Afiliação dos autores
Andreia Soares Gonçalves é afiliada ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP) e ao Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), Portugal.
Isabel Maria Ferreira é afiliada ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP), Portugal.
Márcia Pestana-Santos é afiliada ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP) e à Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E), Portugal.
Christine McCourt, é afiliada a School of Health Sciences, Division of Midwifery and Radiography, Reino Unido.
Ana Paula Prata é afiliada à Escola Superior de Enfermagem do Porto, Portugal.