O artigo “Economic evaluation and budget impact analysis of midwifery-led care for low-risk pregnancies in Portugal” concluiu que o modelo de cuidados de saúde liderado por enfermeiros de saúde materna e obstétrica está associado a melhores resultados para mães e bebés, sem efeitos adversos adicionais, e é mais custo-eficaz do que abordagens lideradas por médicos ou partilhadas.
Em Portugal, os cuidados pré-natais liderados por enfermeiros de saúde materna e obstétrica não estão amplamente implementados e o seu impacto económico permanece por explorar.
Neste sentido, o estudo procurou estimar as implicações económicas da implementação de um modelo de cuidados pré-natais liderado por enfermeiros de saúde materna e obstétrica para gestações de baixo risco em Portugal, em comparação com os cuidados padrão liderados por médicos, na perspetiva do Serviço Nacional de Saúde português.
A investigação utilizou um modelo de árvore de decisão para simular o período pré-natal até ao parto, comparando os dois modelos de cuidados. Os resultados indicam que os cuidados liderados por enfermeiros especialistas de enfermagem de saúde materna custam 23,08 milhões de euros, em comparação com 39,35 milhões de euros para os cuidados liderados por médicos, gerando uma poupança estimada de 16,27 milhões de euros. A redução de partos pré-termo, partos instrumentais e cesarianas, juntamente com o aumento dos partos vaginais espontâneos, representou 10,07 milhões de euros em compensações de custos. No total, a poupança projetada foi de 26,34 milhões de euros, ou 340 euros por gravidez/parto.
Os investigadores destacam que os cuidados liderados por enfermeiros de saúde materna e obstétrica são uma alternativa promissora, economicamente vantajosa e com potencial para otimizar recursos e melhorar os desfechos clínicos. No entanto, reforçam a necessidade de estudos adicionais para avaliar os impactos a longo prazo, para além do parto.
O artigo, publicado na Women and Birth, é da autoria de Andreia Goncalves, Ana Paula Prata, Christine McCourt, Richard Ssegonja e Filipa Sampaio.
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