Estudo revela oportunidades para Unidades de Cuidados na Maternidade em Portugal
Maternidade
Investigação, que conta com participação de docente da ESEP, identifica barreiras e facilitadores para a implementação de unidades de parto de baixo risco.
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Em Portugal, a maioria dos partos ocorre em Unidades Obstétricas, mesmo em gestações de baixo risco, o que pode levar a intervenções médicas excessivas. O estudo “Implementation of midwifery units in the Portuguese context: Barriers and facilitators” analisou a perceção dos stakeholders sobre a implementação de Unidades de Cuidados na Maternidade no país.

A investigação, de caráter qualitativo e descritivo-exploratório, recorreu a entrevistas semiestruturadas para identificar os principais obstáculos e oportunidades. Emergiram dois temas centrais: a prontidão para implementação e as estratégias necessárias para que estas unidades funcionem de forma eficaz. Entre as barreiras destacam-se fatores culturais, organizacionais, profissionais e políticos, bem como a tradição de um modelo médico-hegemónico no parto.

Por outro lado, o estudo identifica facilitadores estratégicos, como a redução de intervenções desnecessárias, o reforço de cuidados humanizados, a promoção da autonomia das mulheres durante o parto e a aplicação das melhores evidências científicas. Os autores defendem que, apesar dos desafios, a conjugação de fatores sociais, institucionais e profissionais pode criar uma oportunidade para modernizar os cuidados obstétricos em Portugal.

O estudo conclui que a implementação das Unidades de Cuidados na Maternidade exigirá políticas de saúde adaptadas, colaboração interprofissional e estratégias de integração que traduzam a evidência científica em prática clínica.

O artigo é da autoria de Ana Paula Prata, docente da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Porto e investigadora Cintesis@RISE, em colaboração com Sara Paz, Andreia Goncalves e Filipa Sampaio. 

Resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

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