Publicado na revista BMC Psychology, o estudo identificou que a ecoansiedade é mais intensa entre jovens do sexo feminino, sobretudo em relação ao impacto pessoal no planeta. Crescer ou viver em áreas rurais associou-se a sintomas comportamentais mais evidentes de ecoansiedade, enquanto experiências diretas com eventos climáticos adversos apresentaram uma relação significativa com os níveis de ecoansiedade.
O artigo intitulado “Examining the relationships between eco-anxiety, sociodemographic factors, experience of climate events, pro-environmental behaviours, and life satisfaction in young adults” recorreu à realização um estudo quantitativo transversal para examinar as relações entre variáveis em jovens adultos. A amostra incluiu estudantes universitários de ciências da saúde em Espanha. Foram utilizados instrumentos para avaliar os níveis de ecoansiedade nos participantes, dados sociodemográficos, experiências com eventos climáticos e satisfação com a vida.
Os resultados do estudo indicam que diferentes dimensões da ecoansiedade influenciam de forma distinta os comportamentos pró-ambientais e a satisfação com a vida: a ansiedade com o impacto pessoal no planeta relaciona-se com ações ambientalmente responsáveis, enquanto menores sintomas afetivos e comportamentais se relacionam com uma maior satisfação pessoal.
O estudo reforça a complexidade da ecoansiedade e a necessidade de abordagens multifacetadas para a enfrentar, considerando diferenças individuais e experiências variadas com o clima. Os autores sugerem a realização de estudos longitudinais com amostras mais diversificadas para ampliar a compreensão do fenómeno.
O artigo é da autoria dos docentes da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Porto e investigadores Cintesis@RISE, Carlos Sequeira e Francisco Sampaio, em conjunto com Juan Roldán Merino, Antonio Moreno Poyato, María Eugenia Malleville, Camila Botero, Arantxa Y. Arredondo, Andrea Rodriguez Quiroga, Tiago Costa, Luísa Teixeira-Santos, Lara Guedes de Pinho e Sílvia Luís. O estudo foi realizado no âmbito da COST Action “Climate Change Impacts on Mental Health in Europe (CliMent)”.
Resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


