Ser estudante é mais do que uma etapa; é uma metamorfose. É o espaço onde o tempo se dobra entre o que fomos e o que ansiamos ser, onde o conhecimento não se limita a acumular-se, mas a transformar-se em vida. Como bem nos lembra Paulo Freire, “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” E é nessa construção que o estudante se revela: não apenas como um aprendiz, mas como um sonhador, um explorador, um ser em constante devir.

No Ensino Superior, essa jornada ganha contornos únicos. É um período de descobertas que vão além dos livros e das salas de aula. São noites de estudo que se confundem com noites de autoconhecimento, madrugadas que iluminam não só os cadernos, mas também a alma. É um tempo de desafios que testam os limites, mas também de conquistas que alimentam a esperança. Aqui, o futuro não é apenas imaginado; é moldado com as mãos, com o coração, com a vontade de fazer diferença.

Mas a Escola não é só um lugar de estudo. É um refúgio de ideias, um espaço onde se aprende a cuidar e a ser cuidado. Entre as exigências académicas e as incertezas da vida, é fundamental lembrar que o bem-estar não é um luxo, mas uma necessidade. A saúde mental não é um detalhe à margem da formação; é o alicerce que sustenta toda a caminhada.

É com esta convicção que surge o Programa Colaborativo de Implementação de Serviços de Saúde Mental e Bem-Estar para Estudantes de Saúde. Um compromisso assumido pela Escola Superior de Enfermagem do Porto, pela CESPU e pela Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa, para criar um ambiente onde a escuta, o acolhimento e a capacitação sejam tão importantes quanto o conhecimento técnico. Queremos uma academia que não apenas ensine, mas que cuide; que não apenas forme profissionais, mas que cultive seres humanos plenos.

Neste Dia Nacional do Estudante, celebremos a beleza desta jornada. Celebremos o esforço, mas também a alegria de aprender. Celebremos a liberdade de errar e a coragem de recomeçar. Celebremos o saber, mas também o sentir. Porque estudar é, acima de tudo, um ato de esperança. É acreditar que o futuro não está apenas lá fora, mas também dentro de nós, germinando em cada aula, em cada desafio, em cada sonho que ousamos abraçar.