A Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) e a Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) uniram esforços para lançar o projeto HUMANIZAR, cuja primeira iniciativa aconteceu no passado dia 10 de dezembro, data que assinala o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Este evento inaugural integra um ciclo de três seminários que promovem a humanização nos cuidados de saúde.
O projeto, liderado pela enfermeira gestora Fátima Pinho, surge no contexto da criação, pela Direção Executiva do SNS, da Comissão Nacional de Humanização dos Cuidados de Saúde, com o objetivo de “desenvolver e aprofundar a humanização dos cuidados de saúde no SNS, centrando-se na pessoa e na sua dignidade intrínseca.”
Fátima Pinho destacou que “o HUMANIZAR está alinhado com este objetivo, focando-se na humanização dos cuidados, nos cuidados centrados na pessoa e na espiritualidade no contexto de saúde.”
O primeiro seminário contou com a presença de Fernando Regateiro, coordenador da Comissão para a Humanização dos Cuidados de Saúde, que abriu a sessão frisando a necessidade de uma “abordagem participativa” para promover a humanização. De acordo com o coordenador, tratou-se de “um processo transformacional que leva a uma nova cultura”. Destaca ainda que “a mudança de atitudes e comportamentos só é possível pela educação e pela replicação de modelos,” alertando para o papel essencial da gestão nos processos de mudança e inovação.
Na mesa-redonda moderada por Sara Pinto, professora da ESEP e membro do projeto, a Diretora do Instituto de Bioética da Universidade Católica, Mara Sousa Freitas, sublinhou a relevância do seminário coincidir com o Dia Internacional dos Direitos Humanos, afirmando que “o desafio da atualidade é a nossa capacidade de sermos humanos,” enfatizando também a importância de manter o foco na “pessoa, que pode ser o doente, o familiar, o profissional de saúde…”
Ana Sofia Silva, diretora do Departamento do Utente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), abordou o papel das reclamações como fator de melhoria. Destacou os esforços da ERS em capacitar os profissionais de saúde por meio de conteúdos informativos, fóruns e eventos voltados à formação.
Na sessão de encerramento, Fátima Pinho reforçou que a humanização é um conceito abrangente, que envolve não apenas os utentes, mas todos os profissionais e processos associados aos cuidados de saúde. “Humanizar é um desígnio coletivo que nos responsabiliza a todos”, declarou.
Renato Barros, enfermeiro diretor da ULSM, elogiou a parceria com a ESEP e sublinhou que “humanizar é um ato coletivo”. Desafiou os presentes a refletirem diariamente sobre como podem exercer o seu trabalho de forma mais humana, garantindo que essa atitude transformará o dia de muitas pessoas.
O presidente da ESEP, Luís Carvalho, destacou a relevância crescente da humanização perante os desafios diários. “Apesar das mudanças necessárias, não podemos perder de vista o princípio básico da prestação de cuidados,” afirmou.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da ULSM, Taveira Gomes, ressaltou o balanço positivo entre elogios e reclamações recebidas pela instituição. “É gratificante receber depoimentos de utentes satisfeitos com o nosso trabalho,” disse.
A sessão contou com a atuação de músicos da Orquestra Prescrição Musical, um projeto que nasceu no Hospital Pedro Hispano para apoiar os profissionais de saúde no cuidado de si próprios.
O próximo seminário já tem data marcada para o dia 11 de fevereiro de 2025, data em que se assinala o Dia Mundial do Doente.