Docente da ESEP publica estudo sobre preferências de local de cuidados e de morte
Docente da ESEP publica estudo sobre preferências de local de cuidados e de morte
Sara Pinto, docente da ESEP, é a autora principal do artigo que teve por finalidade perceber as preferências de local de cuidados e de morte de pessoas com doenças avançadas.
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O local onde as pessoas são cuidadas no final da sua vida e morrem é um fenómeno complexo, que requer uma compreensão mais profunda. Honrar as preferências dos doentes e familiares é fundamental para a prestação de cuidados de alta qualidade.

Neste sentido, no estudo “Patient and Family Preferences About Place of End-of-Life Care and Death: An Umbrella Review” foi realizada uma revisão umbrella, com foco na evidência relativa às preferências acerca do local de cuidados em fim de vida e de morte de pessoas com doenças potencialmente fatais e dos seus familiares.

As autoras identificaram 309 estudos publicados nos últimos 50 anos, realizados com mais de 110 mil doentes (adultos e crianças) e mais de 30 mil membros das suas famílias, na Europa, América do Norte, Ásia, América Latina, África e Oceânia.

O estudo, publicado no Journal of Pain and Symptom Management, permitiu ainda observar que o domicílio/casa foi o local mais escolhido pelos doentes e familiares. Hospitais e unidades de cuidados paliativos foram locais preferidos por minorias substanciais. Embora se saiba ainda pouco sobre se as preferências mudam à medida que a doença avança, é possível que tal aconteça para alguns doentes e familiares. Adicionalmente, foi possível observar que as preferências são influenciadas por alguns fatores, nomeadamente a doença que as afeta, motivações individuais (como a dignidade, a autonomia ou uma morte tranquila) e fatores ambientais (como a rede de suporte familiar, o conforto, ou o acesso a medicação).

“Estes dados são um ponto de partida crucial para abordar lacunas e aprimorar estratégias para alinhar os cuidados prestados com as preferências do doente e da família. Identificar com precisão as preferências do doente e da família constitui uma oportunidade única para mudar as suas vidas positivamente”, refere Sara Pinto.

O artigo é da autoria de Sara Pinto, docente da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Sílvia Lopes (Escola Nacional de Saúde Pública), Andrea Bruno de Sousa, Mayra Delalibera e Barbara Gomes (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra).

O estudo agora publicado foi desenvolvido no âmbito do projeto EOLinPLACE – Choice of where we die: a classification reform to discern diversity in individual end of life pathways, liderado pela Universidade de Coimbra e financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, que a docente da ESEP integra como investigadora. Este projeto tem por objetivo de criar uma classificação internacional para registar os locais de cuidados e de morte, preferidos e reais, de pessoas com doenças avançadas. Os estudos vão ser realizados em vários países, entre eles Portugal, onde, até ao momento, não existe uma análise aprofundada sobre as preferências de doentes e a sua concretização.

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