Numa sociedade cada vez mais comprometida na promoção da vida ativa na comunidade, são necessários novos estudos para dar resposta às necessidades dos cidadãos com Alzheimer e outras formas de demência. O potencial das intervenções cognitivas individuais, isto é, da estimulação, treino e a reabilitação cognitiva, quando aplicada de um para um, têm sido explorado na literatura.

Neste sentido, o artigo intitulado “Effectiveness of Caregiver-Provided Individual Cognitive Interventions in Older Adults with Dementia” pretendeu agregar a informação disponível sobre programas de intervenções cognitivas individuais, que possa ser deliberadas por um cuidador familiar à pessoa idosa com demência, em contexto domiciliário.

O estudo recorreu a uma revisão sistemática de estudos experimentais de intervenções cognitivas individuais (ou seja, estudos focados na estimulação cognitiva, treino cognitivo ou reabilitação cognitiva) em pessoas idosas com demência. Uma pesquisa sistematizada, em várias bases de dado internacionais especializadas na área da saúde, foi conduzida sem limite temporal. Esta revisão considerou estudos que incluíam pessoas idosas com diagnóstico de demência, de idade igual ou superior a 60 anos, a residirem na comunidade, que fossem sujeitos a um programa de estimulação, treino ou reabilitação cognitiva aplicado por um cuidador, quando capacitado, por profissionais de saúde.

Onze estudos foram incluídos: oito ensaios randomizados controlados e três estudos quasi-experimentais. Foi possível concluir que programas de intervenção cognitiva individual aplicados em colaboração com cuidador tiveram diversos efeitos benéficos nos domínios cognitivos, incluindo memoria, fluência verbal, atenção, resolução de problemas e autonomia nas atividades de vida diária (AVDs).

Assim, as intervenções foram associadas a melhorias moderadas na performance cognitiva e benefícios nas AVDs. Os resultados sublinham o potencial das intervenções cognitivas individuais fornecidas pelo cuidador nos idosos com demência.

O artigo resultou de um trabalho colaborativo entre a docente da ESEP, Rosa Silva, Elzbieta Bobrowicz-Campos, Paulo Santos-Costa, Remy Cardoso, Joana Bernardo, Elaine Santana, Inês Almeida, Ricardo Loureiro, Daniela Cardoso e João Apóstolo.