No âmbito do projeto de implementação de medidas de melhoria da eficiência energética – Candidatura 67, a intervenção realizada no edifício sede da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Porto (ESEP) representa um investimento total de mais de 800 mil euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O projeto, que decorreu entre março de 2022 e outubro de 2025, teve como objetivo melhorar o desempenho energético do edifício, permitindo reduzir o consumo e as emissões de carbono, bem como criar melhores condições de conforto térmico e ambiental para a comunidade.
De acordo com o auditor energético responsável pela certificação, engenheiro André Palma, a nova classificação é o “reconhecimento formal do excelente desempenho energético do edifício sede da ESEP”.
As principais intervenções incidiram sobre os sistemas técnicos de climatização e aquecimento de águas. Neste sentido, foi realizada a substituição das antigas caldeiras a nafta por duas caldeiras de condensação a gás natural de alta eficiência, a renovação parcial dos sistemas de ar condicionado de alto rendimento e a instalação de um Sistema de Gestão Técnica Centralizada (GTC).
O GTC permite, agora, um controlo rigoroso e automatizado de consumos, horários e temperaturas, otimizando o desempenho dos equipamentos e reduzindo desperdícios, funcionando como o “cérebro energético do edifício”, explica André Palma, acrescentando ainda que a sua implementação gera ganhos adicionais de 5 a 10% na eficiência elétrica.
O projeto incluiu ainda o aproveitamento total das energias renováveis existentes, nomeadamente 12 painéis solares térmicos e 264 painéis fotovoltaicos, que segundo o auditor energético, permitem “uma redução de mais de 40% no consumo total de energia primária do edifício”.
Benefícios para a comunidade e para o ambiente
A melhoria da classificação energética do edifício para A+ traduz-se em benefícios diretos para a comunidade ESEP, nomeadamente na redução do consumo energético total, na diminuição de emissões de dióxido de carbono, numa poupança com custos energéticos, na valorização patrimonial do edifício, bem como num maior conforto térmico e qualidade do ar para a comunidade ESEP. Além disso, a otimização dos sistemas energéticos permite um funcionamento mais sustentável e contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e das metas nacionais de neutralidade carbónica até 2050.
Para André Palma, estas melhorias no edifício servem “como ferramenta pedagógica, mostrando aos futuros profissionais de saúde que o uso eficiente da energia e dos recursos é também uma forma de cuidar do planeta e das pessoas”.
Com esta classificação, a ESEP integra agora o grupo restrito de edifícios públicos de elevado desempenho energético em Portugal. O passo seguinte poderá passar pela transição para o conceito de um edifício nZEB – Nearly Zero-Energy Building, isto é, um espaço com necessidades energéticas quase nulas, com melhorias passivas na envolvente térmica, gestão avançada de dados para manutenção preditiva, otimizar a rede de apoio à mobilidade elétrica e armazenamento de energia, bem como a implementação de programas de educação energética.
A ESEP reforça, assim, o seu papel enquanto referência no ensino superior e na promoção de boas práticas ambientais, demonstrando que a eficiência energética é também um investimento no futuro e no bem-estar da comunidade académica.
Sobre o projeto
O projeto #Construir o Futuro – Candidatura 67 de implementação de “Medidas de Melhoria da Eficiência Energética do Edifício Sede da ESEP” é uma iniciativa financiada pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do mecanismo NextGenerationEU, cujo programa Eficiência Energética em Edifícios da Administração Pública Central é gerido pelo Fundo Ambiental. Visa a melhoria da eficiência energética do edifício Sede da ESEP, por forma a contribuir para as metas da UE no que diz respeito a reabilitar e tornar os edifícios energeticamente mais eficientes.
Financiamento
Resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
