Estudo analisa qualidade de vida e bem-estar dos enfermeiros em Portugal durante a pandemia
Saúde Mental dos Enfermeiros na Pandemia
Um estudo com coautoria de um docente da ESEP analisou o impacto da pandemia na qualidade de vida e bem-estar profissional dos enfermeiros em Portugal.
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A literatura existente indica que fatores como stress percebido, resiliência, suporte social, ambiente psicossocial de trabalho e identificação profissional poderiam influenciar a qualidade de vida física e psicológica dos enfermeiros, bem como o seu bem-estar profissional. Neste âmbito, este estudo teve como objetivo analisar a forma como estas determinantes influenciaram a qualidade de vida e o bem-estar dos enfermeiros em Portugal durante a pandemia de Covid-19. O estudo conta com a participação do docente da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Francisco Sampaio.

Intitulado “Quality of life and professional wellbeing of Portuguese nurses during the COVID-19 pandemic: a longitudinal study”, o artigo conta com um estudo longitudinal, com recolha de dados através de questionários de autorrelato entre novembro de 2021 e junho de 2023. Os investigadores analisaram um total de 555 respostas ao longo de três momentos distintos e utilizaram modelos de regressão linear de interceção aleatória para a análise dos dados.

Os resultados revelaram que a qualidade de vida física e psicológica dos enfermeiros aumentou ao longo do tempo, sendo superior no último momento de avaliação (T2) em comparação com o primeiro (T0). Por outro lado, o stress percebido e o suporte social dos colegas diminuíram entre T0 e T2. Durante a pandemia, os enfermeiros que reportaram baixos níveis de stress percebido, alta resiliência, elevado suporte social dos supervisores e colegas, bem como elevada satisfação no trabalho, demonstraram melhor bem-estar profissional e qualidade de vida física e psicológica.

Publicado na BMC Public Health, o estudo destaca a influência negativa do stress percebido sobre a qualidade de vida e o bem-estar profissional dos enfermeiros, enquanto a resiliência e a satisfação no trabalho foram identificadas como determinantes positivas significativas. Estas conclusões sublinham a importância de implementar estratégias que reduzam o stress, promovam a resiliência e aumentem a satisfação profissional, especialmente em contextos de crise como pandemias. Estudos futuros deverão aprofundar o impacto destes fatores no bem-estar dos enfermeiros, contribuindo para a formulação de políticas mais eficazes no setor da saúde.

O estudo foi realizado por Ricardo Salgado, Francisco Sampaio, docente da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Jonathan Jubin, Philippe Delmas, Annie Oulevey Bachmann, Ingrid Gilles e Claudia Ortoleva Bucher.

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