REFAMIS

Representações, famílias e modelos de intervenção em saúde

O estigma é um fenômeno social complexo e poderoso que influencia o curso da doença e marginaliza populações (Butt, 2008). De acordo com os modelos psicossociais a geração de estigma é uma consequência de três aspetos: a falta de conhecimento sobre a condição da pessoa (ignorância), o desenvolvimento de atitudes negativas (preconceito) e uma tendência a excluir ou rejeitar alguns indivíduos (discriminação). Embora seja razoável prever que as atitudes de estigmatização são mais comuns entre as pessoas com baixos níveis culturais, muitos estudos têm demonstrado que, infelizmente, este problema também está presente em muitos profissionais de saúde.

A falta de conhecimento associada ao desenvolvimento de atitudes negativas potencializa visões muito próprias do processo de doença que podem ser dificultadoras de adesão por parte do doente/família bem como das tomadas de decisão e escolhas de estratégias de gestão do processo de saúde-doença dos próprios profissionais de saúde.

Este projeto pode contribuir para uma formação de excelência no âmbito da saúde sendo por essa razão primordial conhecermos as “opiniões – crenças” dos parceiros envolvidos no processo saúde doença e da sociedade em geral, por forma, a desenvolver intervenções que dêem resposta às suas necessidades promovendo a interação de todos os intervenientes do processo e mudanças que suscitem maior satisfação, acessibilidade e menores custos.

Objetivos

  • Melhorar a compreensão dos mecanismos subjacentes de saúde e doença;
  • Melhorar a interação entre os pacientes, seus familiares, prestadores de cuidados, sistema de saúde e assistência social e informal;
  • Identificar estigma e auto-estigma interveniente no processo de saúde doença nos contextos do estudo;
  • Identificar crenças e mitos associados à doença nos doentes, família e profissionais de saúde;
  • Identificar como são incluídos os doentes e famílias no processo de decisão em saúde pelos profissionais de saúde (o que dizem e como o fazem);
  • Identificar a perceção das necessidades dos doentes sob a ótica dos profissionais de saúde;
  • Identificar a perceção das necessidades dos doentes sob a ótica dos próprios;
  • Aumentar a literacia em saúde na população em estudo adequando as estratégias aos focos identificados;
  • Desenvolver intervenções dirigidas à promoção da adesão/gestão do regime de saúde-doença;
  • Identificar atividades terapêuticas especificas que sejam promotoras de melhoria na adesão/gestão do regime terapêutico.

Parceiros

O projeto desenvolve-se em rede, com os seguintes parceiros:

Equipa de investigação

Júlia Martinho
Investigadora responsável

Graça Pimenta
ESEP

José Carlos Carvalho
ESEP

Ana Isabel Vilar
Investigadora responsável

Isilda Ribeiro
ESEP

José João Silva
Hospital Magalhães Lemos

Joaquim Ramos Vilar
Hospital Magalhães Lemos

Rui Alferes
Hospital Magalhães Lemos

Purificação Oliveira
Hospital Magalhães Lemos