A necessidade de agir de forma imediata requer o recurso a modelos matemáticos, tendo em conta a realidade regional e nacional. A teoria do controlo ótimo permite definir estratégias que alteram o comportamento desses modelos, tendo em vista a mobilização e articulação rápida e eficaz de recursos em cuidados de saúde, promoção de literacia sobre a infeção e ação consistente em matéria de ajustamento à doença e proteção da saúde mental.
As equipas das Universidades de Aveiro, Vigo e Santiago de Compostela têm uma vasta experiência na modelação matemática de doenças infeciosas e no controlo ótimo de surtos epidémicos, estando em curso a colaboração na construção de um modelo para a transmissão do vírus
SARS-CoV-2. As equipas das Escolas Superiores de Saúde do Porto e Leiria permitem uma articulação com o SNS, nomeadamente com o AceS Pinhal Litoral e ARS Norte, com o qual trabalham no quotidiano.
Este projeto assenta em 4 tarefas:
T1: Desenvolver modelos matemáticos compartimentais (descritos por sistemas de equações diferencias), articulados com dados epidemiológicos, socioeconómicos, culturais e educacionais locais. Analisar os antecedentes e a experiência em Espanha.
T2: Aplicar a teoria do controlo ótimo aos modelos epidemiológicos, definindo estratégias para o controlo e erradicação do surto epidémico com o menor custo possível, em colaboração com as organizações da comunidade (ACES, ARS, ULS, Faculdades de Medicina, Escolas de Saúde, Ordens Profissionais/Secções Regionais) e respeitando as orientações do Ministério da Saúde e DGS.
T3: Desenvolver ferramentas computacionais para a documentação dos problemas de controlo ótimo, monitorização ao longo do processo de resolução e identificação precoce de novos ciclos de infeção.
T4: Implementar programas de intervenção sistémicos, multidisciplinares e multidimensionais (organizações locais de saúde), envolvendo Escolas de Saúde/Centros de investigação locais, bem como estudantes de pós-graduação que integrem esses projetos. Estes programas específicos
de intervenção serão desenvolvidos de forma a promover o distanciamento social, aumentar a literacia em matéria do processo de infeção, informar sobre como lidar com o utente infetado em contexto domiciliário, intervir para promover a saúde mental, identificar precocemente fenómenos de distress e stress pós-traumático, ajudar a lidar com a doença e a perda.
Prevê-se a publicação de 2 artigos científicos.