A maioria dos programas de intervenção para jovens a vivenciar o cancro parental são destinados à dupla pais e filhos. Esta foi a conclusão retirada pelo estudo intitulado “Programas de Intervenção para crianças, adolescentes e pais a vivenciar o cancro parental”. O artigo é da autoria de Margarida Reis Santos, docente da ESEP, Ana Filipa Sousa, Joana Rodrigues, Maria João Simões, Diana Santos e Maria de Lurdes Lomba e foi publicado na revista de enfermagem “Escola Anna Nery”.
A incidência de cancro nas faixas etárias mais jovens tem vindo a aumentar nas últimas décadas. Muitas destas pessoas são pais de filhos menores de 18 anos.
O cancro parental compreende a vivência de cancro, numa idade precoce da vida adulta, em pessoas com filhos dependentes, representando um fator de stress significativo para doentes e filhos.
Este estudo teve como principal objetivo mapear os programas de intervenção para a população juvenil a vivenciar o cancro parental.
A amostra inclui crianças e adolescentes até aos 19 anos, com pelo menos um dos pais diagnosticado com cancro, independentemente do tipo de cancro e estádio da doença.
Concluiu-se que os programas dirigidos à dupla doentes oncológicos e seus filhos e com intervenções psicoeducacionais são os mais utilizados, sendo os dirigidos aos pais os menos referidos.
O estudo revela também que nenhum destes programas foi implementado em instituições de saúde. Os programas que integram enfermeiros na equipa são escassos, o que evidencia a necessidade de maior investimento desta classe profissional no âmbito do cancro parental.
Esta revisão evidencia as lacunas na área, o que sugere a realização de novos estudos para avaliação da efetividade dos programas de intervenção dirigidos a todos os intervenientes.