Potencialidades e limitações de atuação dos enfermeiros brasileiros no “Centro Parto Normal”

Published by Francisco Vieira on

No Brasil, o cenário da assistência à mulher no parto tem sido influenciado por diversas mudanças, em particular a mobilização das parturientes, das instituições de saúde e dos profissionais em busca de uma assistência menos interventiva e promotora do nascimento humanizado.

O cuidado dirigido às necessidades da parturiente é potencializado a partir da consciencialização das mulheres na luta pelos seus direitos e na reivindicação de melhorias das condições de vida. Por este motivo, o Ministério da Saúde Brasileiro estabeleceu diretrizes para a implementação e habilitação dos “Centros de Parto Normal” (CPN), estrutura integrada no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. No entanto, por ser um novo cenário de práticas no sistema de saúde, a atuação do enfermeiro ainda se encontra em construção.

O artigo “Potencialidades e limitações dos enfermeiros no Centro Parto Normal” publicado em coautoria por Alexandrina Cardoso, docente da Escola Superior de Enfermagem do Porto e investigadora CINTESIS, na Revista de Enfermagem Escola Anna Nery, pretendeu perceber quais as potencialidades e limitações da atuação do enfermeiro no CPN.

O estudo, para o qual contribuíram, ainda, António Ferreira Júnior[1], Luciana Brandão[2] e Ana Carolina Teixeira[3], utilizou uma abordagem qualitativa e foi realizado com seis enfermeiras a trabalhar no CPN intra-hospitalar público na região metropolitana de Fortaleza – Ceará, Brasil. Cinco das enfermeiras possuíam especialização em enfermagem obstétrica e uma concluiu a residência uni profissional em enfermagem obstétrica.

O estudo concluiu que as ações dos enfermeiros obstétricos que trabalham no CPN fortificam a valorização da assistência humanizada, promovendo a promoção da saúde da mulher e do recém-nascido proveniente de um parto vaginal, facilitando o processo de trabalho de parto e resultando em diversos benefícios para ambos. Nesse sentido, o enfermeiro possui um papel importante no cenário obstétrico, especialmente como potencializador de práticas saudáveis para o parto e nascimento. Para isso, o profissional precisa de constante atualização, pois somente a partir do conhecimento é possível a obtenção do respeito social e consequente autonomia para o desenvolvimento com base na melhor evidência da prática de enfermagem.

De facto, a atuação do enfermeiro no “Centro Parto Normal” permite a aplicação de conhecimentos e competências adquiridas ao longo do processo de formação, o que pode resultar em ampliação da autonomia profissional no desenvolvimento das atividades, requerendo, contudo, dos profissionais, um maior esforço na abordagem às diversas responsabilidades a que estarão sujeitos.


[1] Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, CE, Brasil

[2] Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, CE, Brasil

[3] Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, CE, Brasil